quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"Ser homem é ser livre" Karl Jaspers.


Karl Theodor Jasper:


Karl Theodor Jaspers filho de um banqueiro protestante, nasceu em Oldenburg, na Alemanha em 23 de fevereiro em 1883 e morreu na Basiléia, Suíça, em 1969.Logo que terminou os estudos secundários, Jaspers foi encaminhado pelo pai aos estudos de direito, que ele, porém abandonou depois de três semestres, para estudar medicina. Depois de ter-se formado, em 1909, pela Universidade de Heildeberg, tornou-se assistente voluntário na clínica psiquiátrica da mesma universidade. O trânsito da psiquiatria à metafísica caracteriza já em parte, a atitude de Jaspers, que é, desde logo, uma atitude de insatisfação para com os saberes particulares. Estes saberes não podem dar uma luz suficiente sobre o que verdadeiramente interessa ao homem: a existência humana, sua própria existência.
Sua formação intelectual foi simultaneamente científica e filosófica. Recebeu seu grau de doutor em 1909 e já em 1921 era professor pleno de filosofia em Heildeberg. Perdeu sua cátedra em 1937, da qual foi expulso pelo regime nacional-socialista por razões políticas, voltando em 1945. Karl Jaspers está entre os primeiros pensadores contemporâneos que se apresentaram em público com trabalhos de orientação existencialista. Suas obras mais importantes são:  "Filosofia", "Orientação Filosófica do Mundo",  "Explicação da Existência", " Metafísica"," Razão e Existência"  e  "A Fé Filosófica".
            Os livros de Jasper são distribuídos em 3 diferentes épocas:  1ª: de preparação na qual o ele se inicia nos problemas filosóficos. 2ª: de plenitude em que são expostos e desenvolvidos os diferentes aspectos de seu pensamento. 3ª: de aprofundamento: Jaspers retorna aos temas fundamentais de seu pensamento.
A vida de Jaspers sempre apresentou-se extremamente coerente com o seu pensamento, dentro de suas principais ideias encontra-se a do ser-em-situação, onde diz que o transcender a situação é a verdadeira existência, é o ponto de apoio da existência, o problema do ser está indissoluvelmente ligado ao da verdade, a existência se realiza na solidão do indivíduo,  enquanto a massa é chamada ser-sem-existência; qualquer pretensão de certeza absoluta é uma não-verdade; a mente humana é sempre impulsionada para além dos limites da experiência. Jaspers tenta, como Heidegger, elaborar uma teoria da realidade. A realidade aparece segundo três possibilidades: o existente em geral ou objeto existente; o existente para si, a consciência; e o que é em si e não pode incluir-se nas anteriores possibilidades: a transcendência. Qualquer destes três conceitos da realidade pode ser um ponto de partida para a descrição do ser, mas a descrição completa é impossível. Estas diferentes vias são diversas formas do transcender.  
A primeira forma do transcender centra-se nas coisas existentes, que é o que caracteriza as ciências. A segunda forma do transcender são as situações existenciais, porém, o esclarecimento da existência também não conduz a resultado algum, porque o esclarecimento da existência apela à liberdade.  Para Jaspers, a situação espiritual contemporânea é de crise criada por nós mesmos por meio do conhecimento científico e da vontade de transformar o mundo. Este esforço leva o homem a uma consciência esmagadora da sua impotência. Para Karl Jaspers Deus é visto como um enigma, para fé cristã é o transcendente, pois é subjetivo. Quando fala da fé filosófica, cita que é a fé do homem que pensa, tem sempre uma aliança com o saber, é conhecimento ilimitado, onde a ciência é o elemento fundamental desta filosofia. Quanto às doutrinas existencialistas,  Jaspers dá enfoque especial a transcendência, dizendo que ela  é impossível de ser conhecida ou pensada, que existe, absolutamente, sem qualquer determinação e da qual somente se pode saber que ela é, sem nunca se saber o que ela é, porquanto o único enunciado que dela se pode estabelecer consiste em afirmar: " A transcendência é o que é.

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