Fenomenologia deriva das palavras gregas phainesthai que significa aquilo que se mostra, e logos que significa estudo, sendo etimologicamento então "o estudo do que se mostra". A fenomenologia tem como objeto de estudo o próprio fenômeno, isto é, as coisas em si mesmas e não o que é dito sobre elas, assim sendo a investigação fenomenológica busca a consciência do sujeito através da expressão das suas experiências internas. A fenomenologia busca a interpretação do mundo através da consciência do sujeito formulada com base em suas experiências.
O método fenomenológico consiste em mostrar o que é apresentado e esclarecer este fenômeno. Para a fenomenologia um objeto é como o sujeito o percebe, e tudo tem que ser estudado tal como é para o sujeito e sem interferência de qualquer regra de observação cabendo a abstração da realidade e perda de parte do que é real, pois tendo como objeto de estudo o fenômeno em si, estuda-se, literalmente, o que aparece. Para a fenomenologia um objeto, uma sensação, uma recordação, enfim, tudo tem que ser estudado tal como é para o espectador, ela é, de fato, uma investigação que busca a essência inerente da aparência. Vale ressaltar que o termo aparência assume duas concepções simetricamente opostas. 1- Ato de ocultar a realidade. 2- manifestação ou revelação da mesma realidade. Pelo 2o. significado, a aparência é o que manifesta ou revela a própria realidade, de modo que esta encontra na realidade a sua verdade, a sua revelação. Aparência é qualquer coisa de que se tem consciência. Qualquer coisa que apareça à consciência é uma área legítima da investigação filosófica.Além do mais, aparência é uma manifestação da essência daquilo de que é a aparência. A Fenomenologia pode ser entendida também como o estudo de vivências. Esses objetos, experiências ou vivências podem ser assim caracterizados:
-Coisas;
-Imagens;
-Fantasias;
-Atos;
-Relações;
-Pensamentos;
-Eventos;
-Memórias;
-Sentimentos;
-Etc.
Partindo deste princípio pode-se dizer que tudo o que envolve a Fenomenologia está relacionado ao chamado processo de Intencionalidade, isto é, tudo parte de uma intenção, de uma vontade, de um desejo, onde é representado por um objeto real, além disso, a fenomenologia nos faz reformular o entendimento a respeito das coisas mais básicas, tais como nossa compreensão de homem e de mundo, orientando o nosso olhar para o fenômeno, ou seja, na relação sujeito-objeto (ser-no mundo). Isso, em última análise, representa o rompimento do clássico conceito sujeito/objeto. Para exemplificar e materializar melhor o conceito de fenomenologia, podemos por exemplo pegar um jarro e um par de calçados, que são compostos de matéria e forma, nos quais o material – o barro e o couro – foram escolhidos em função do uso preciso a que estes utensílios se destinam, Isto significa que a Fenomenologia aborda questões que envolvem além da intencionalidade para qual foi feito (armazenar algo e proteger os pés), envolve também a sua utilidade, praticidade e especificidade de acordo com a utilização de tal “coisa”, mediante várias possibilidades de interpretações e percepções. Pode-se dizer, então, que a Fenomenologia nada mais é que o fato de usar o conhecimento objetivo, o mundo real, materializado para tentar explicar e resultar numa compreensão mais clara, objetiva e real daquilo que a priori faz parte da nossa mente, sendo que de acordo com o grau de percepção e contexto histórico de cada indivíduo, aliado à sua total individualidade tem-se como resultado final várias possibilidades de interpretações, intuições, significações e percepções, onde culminarão em apenas um foco,isto é, no objeto em questão que pode ser“qualquer coisa”.
Site de referência:
filosofianreapucarana.pbworks.com
http://euniverso.com.br/Oque/fenomenologia.htm
referências bibliográficas:
BICUDO, M. A. V. Fenomenologia: confrontos e avanços. São Paulo: Cortez, 2000.
DARTIGUES, A. O que é fenomenologia? São Paulo: Editora Moraes, 1992.
HUSSERL, E. A crise da humanidade européia e a filosofia. Porto Alegre: Edipuers, 1996.
______. A idéia de fenomenologia. Lisboa: Edições 70.
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