Filósofo soviético nascido em Kiev, nascido e criado em uma família aristocrata, Nikolai Berdiaeff foi um dos principais representantes do existencialismo cristão, e crítico da maneira como as idéias de Karl Marx foram postas em prática na União Soviética. Envolvido em atividades marxistas foi condenado a três anos de exílio, depois de cumprida a pena morou em São Petersburgo, onde tomou parte em movimentos culturais e religiosos. Mudou-se para Moscou em 1907 e, após a revolução em 1917, lecionou filosofia na Universidade de Moscou, mas entrou em conflito com o regime e principalmente por suas ligações com a igreja ortodoxa russa, foi expulso do país. Radicou-se em Paris, cidade onde, com outros exilados, fundou uma academia de estudos filosóficos e religiosos em 1924 e um jornal, 'Put' em1925, por meio do qual combateu o comunismo. Paralelamente combateu também a ordem industrial capitalista, responsabilizando-a pela desumanização da sociedade e da cultura. Berdiaeff entendia que a felicidade não era organizável, " A felicidade escapa a todo tipo de planificação e ordenamento porque sua matéria-prima é a liberdade, e a felicidade de um não coincide com a de outro". Entre seus trabalhos estão: A Filosofia da Liberdade (1916), O sentido da história (1923), A Idade Novo Oriente (1924), O Homem ea Máquina (1933), O destino do homem no mundo contemporâneo ( 1934), o cristianismo ea realidade social (1934), Cinco meditações sobre a existência (1936), a metafísica Teste escatológico (1946), A idéia russa (1946) e Escravidão e liberdade do homem (1947). Berdiaeff concebe a filosofia como o conhecimento do mistério do ser humano, porém esse conhecimento deve ser feito com referência à existência humana. Berdiaef, sublinha a natureza essencial do homem e da liberdade, sendo que essa liberdade expressa-se no desenvolvimento criativo, e na conjunção das três dimensões do homem: espírito, alma e corpo. Ele distingue duas liberdades: a liberdade-graça e liberdade-escolha. Berdiaef faz um retorno à existência autêntica, acreditando que a humanização de Deus em Cristo abre o caminho para tornar o homem Deus. A história é o cenário onde desenvolve-se o drama da existência até o fim transcendente na divindade perfeita. Berdiaeff defende um espiritualismo profetizante. Sobre o fundo comum do existencialismo, concebe o homem como indivíduo, ligado ao mundo da natureza. Mas o homem, segundo Berdiaeff, supera o limite que o separa de sua própria singularidade, colocando-se como pessoa. O homem, enquanto pessoa, vive sua própria existência, vive sua própria vocação com consciência e responsabilidade. A solidão originária do homem, para Berdiaeff, não pode ser resolvida senão em Deus: "É nele que a plenitude pode ser alcançada, após descoberto o verdadeiro sentido da existência". "Ontologicamente, a solidão é a expressão da nostalgia de Deus como sujeito e não mais como objeto, porque Deus não pode ser nunca um objeto, um outro, senão que vive na alma e revela-se como momento constitutivo da personalidade espiritual do homem. Na profundidade do espírito, nasce essa humana e eterna nostalgia de Deus, e a procura de Deus por parte do homem transforma-se na procura de si mesmo, da própria humanidade". Neste surgir de Deus na alma, Berdiaeff encontra um movimento duplo: "De Deus ao homem e do homem a Deus". Portanto, pensa Berdiaeff que "na filosofia e na teologia seria necessário começar não pelo homem, nem por Deus, mas pelo Deus-Homem. A existência, então, desemboca no Deus-Homem, em Cristo, em quem se restitui o laço desfeito entre o homem e Deus, e o homem liberta-se da escravidão da natureza e da morte". "Toda a vida é diferente depois da vinda de Cristo." Sob essa perspectiva, Berdiaeff constrói um ética nova. "A ética da redenção completa-se por uma ética nova, criativa e profética, que carrega sobre o homem a responsabilidade pelo próprio destino e o do mundo".
Sites de referência:
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias
www.mcnbiografias.com
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