domingo, 15 de janeiro de 2012

"O ser humano se torna eu pela relação com o você, à medida que me torno eu, digo você. Todo viver real é encontro." Martin Buber.


Martin Buber:

Martin Buber nasceu em Viena, em 1878, filho de Carl Buber e Elise Née Wurgast. Seus pais se separam quando Buber tinha quatro anos e ele viveu até os catorze anos com seus avós paternos, Salomão e Adela, em Lvov, na Polônia. Martin Buber  conviveu, em sua infância, com uma variedade de idiomas locais que facilmente absorveu como hebraico, ídishe, polonês, e alemão. Mais tarde, adquiriu outros idiomas como grego, francês, italiano, inglês e latim. Ainda jovem, segundo relatos do próprio autor, dois livros foram bastante marcantes: “Prolegômenos”, de Kant, e “Assim falava Zaratustra”, de Nietzsche.  Buber passou assim sua primeira infância com seu avô Salomão Buber, grande autoridade da Haskalah (iluminismo judeu). Junto dos avós, o jovem Buber teve a chance de experimentar a união harmoniosa entre a tradição judaica autêntica e o espírito liberal da Haskalah, e a atmosfera da casa era propícia para um profundo respeito pelo estudo. Teve ao mesmo tempo, a oportunidade de ler os textos bíblicos e de tomar contato com a tradição judaica. Aos 14 anos voltou a morar com o pai. Matriculou-se no ginásio polonês de Lemberg. Em 1896 Buber entrou para a Universidade de Viena, matriculando-se no curso de Filosofia e História da Arte. Toda a intensa vida social e cultural de Viena contribuiu para tornar Buber um apaixonado pela literatura,  filosofia,  arte e  teatro.  Em 1901 entrou na Universidade de Berlim onde foi aluno de Dilthey e G. Siimmel. Em Leipzip e Zurich dedicou-se ao estudo da psiquiatria e da sociologia. Em 1904 recebeu, em Berlim, o título de doutor em filosofia. Em Berlim entrou em contato com uma comunidade fundada pelos irmãos H. e J. Hart, a "Neue Gemeinschaft", que representava um oásis para a jovem geração: aí os jovens podiam se expressar livremente. A comunidade apresenta um desejo ardente de novos tempos: o lema era viver mais profundamente a humanidade do homem. Foi aí que Buber travou amizade com Gustav Landauer, pessoa que o influenciou profundamente.  Em 1923 foi nomeado professor de História das Religiões e Ética Judaica, na Universidade de Frankfurt. A cadeira, única na Alemanha, foi posteriormente substituída por História das Religiões. De 1933, quando foi destituído do cargo pelos nazistas, até 1938 Buber permaneceu em Heppenheim. Em 1938 aceitou o convite da universidade de Jerusalém, para lá ensinar Sociologia. Buber tinha então 60 anos. Esse período foi de intensa atividade intelectual. Suas pesquisas se aprofundaram em diversas áreas: estudos sobre Bíblia, Judaísmo e Hassidismo; estudos políticos, sociológicos e filosóficos. Buber morreu em Jerusalém a 13 de junho de 1965. Martin Buber não se deixa etiquetar por qualquer sistema doutrinário conhecido. Qualificações como místico, existencialista ou personalista nada mais fazem do que desvirtuar o sentido de sua vida e de sua obra, ele mesmo se qualificou como ‘atypischer Mensch’ (homem atípico). O maior compromisso de sua reflexão é com a experiência concreta, com a vida. 

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