sábado, 18 de fevereiro de 2012

"Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado." Camus.




"Os deuses tinham condenado Sísifo a empurrar sem descanso um rochedo até ao cume de uma montanha, de onde ela caía de novo, em conseqüência do seu peso. Tinham pensado, com alguma razão, que não há castigo mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança."
Albert Camus, O Mito de Sísifo.




Albert Camus nasceu a 7 de Novembro de 1913, em Dréan, na Argélia, filho de  pai francês, Lucien, e  mãe descendente espanhola, Catherine Hélène. Camus não conheceu o seu pai pois este morreu em 1914 em uma batalha durante a Primeira Guerra Mundial. Após a morte de seu pai, sua mãe levou consigo os seus dois filhos para casa da avó materna que ficava no bairro operário de Belcourt, na capital, Argel.  Além de Camus, de sua mãe e sua avó materna, na casa moravam também seu irmão mais velho e um tio, tanoeiro de profissão (fabricava barris, pipas e tonéis para o transporte e conserva do vinho). Camus deveria ter seguido a profissão de seu tio, mas a sua professora primária, M. Germain, viu nele um futuro promissor e contra a vontade da família, conseguiu que ele continuasse os estudos no liceu. O próprio Camus gostava do ambiente onde  seu tio trabalhava e tinha sobre si o peso e a consciência de que sua família precisava da sua ajuda. Durante o secundário Camus quase desistiu dos estudos quando, mais uma vez, um professor seu, Jean Grenier, o encorajou para que continuasse e se graduasse em Filosofia. Em sua obra “O Homem Revoltado” há uma  dedicatória a seu professor.Quando completou o doutoramento e estava, finalmente, apto a lecionar, sofreu uma forte crise em consequência de tuberculose, deixando-o perto da morte.  Camus adorava jogar futebol, era goleiro, mas com a evolução da tuberculose, que contraiu em 1930, foi obrigado a abandonar o futebol. No entanto, nunca deixou de ser um grande admirador desse esporte e uma das primeiras coisas que pediu quando veio ao Brasil foi assistir a uma partida de futebol. Em 1934, casou-se com Simone Hie, porém, cedo o casamento terminou devido às infidelidades de ambas as partes e ao vício em morfina de que Simone sofria. Uns anos mais tarde, casou-se com Francine Faure, pianista e matemática, e com ela teve gêmeos, Catherine e Jean. Mesmo assim, continuou a ser infiel e a sua amante oficial era Maria Casares, uma reconhecida atriz francesa. Em 1939, mudou-se para França, nessa época a França foi  ocupada pelos alemães, por isso Camus foi proibido de sair do país e sua mulher e filhos não puderam acompanhá-lo, permanecendo na Argélia. Esta mudança foi forçada pelas autoridades francesas depois de Camus ter publicado uma série de ensaios onde contava que os franceses proibiam o atendimento médico aos árabes e deixavam-nos mesmo morrer de fome, incluindo as crianças, pois estes não eram considerados cidadãos franceses e eram subjugados a um governo no qual não podiam votar. Camus ficou em Paris onde trabalhava para um jornal, mas depois, devido à censura e vigilância constante por parte dos nazistas, mudou-se para Bordeaux, no sudoeste de França, onde começou a participar no Núcleo de Resistência, tornando-se um dos editores do jornal clandestino Combat e passou a ser conhecido por “Beauchard”, o seu nome de guerra. As obras “O Avesso e o Direito” e “Bodas em Tipasa” foram publicadas quando ainda residia na Argélia e em Bordeaux, para além da sua ocupação em alguns jornais, dedicou-se a outra sua paixão, o Teatro. Em 1942, apresentou-se a Sartre devido à sua obra “O Estrangeiro” sobre a qual Sartre elogiou e disse que gostaria de conhecer o autor, tornaram-se bons amigos até 1952, data em que foi publicada a obra “O Homem Revoltado”, uma análise filosófica sobre a rebeldia e revolução, onde Camus revelou a sua rejeição ao comunismo, do qual fez parte na Algéria e do qual foi expulso por se acreditar, erradamente, que era um seguidor de Leon Trotsky. A obra “O Homem Revoltado” aborreceu muitos dos seus colegas e provocou um desentendimento público e o fim da amizade entre Camus e Satre. Em 1957  recebeu o prêmio Nobel de Literatura, não pelo seu romance publicado no ano anterior “A Queda” mas sim pelos seus escritos publicados contra a pena de morte. Numa palestra que deu na Universidade de Estocolmo revelou que apenas tinha se mantido à parte, na questão da pena de morte na Algéria, com medo do que pudessem fazer à sua mãe, que vivia nesse país. Albert Camus morreu em 4 de Janeiro de 1960, em Villeblevin, vítima de um acidente de automóvel. Consigo estava o manuscrito de “O Primeiro Homem”, um romance autobiográfico e, ironicamente, numa das suas notas, uma informação de que o romance deveria terminar inacabado. Por coincidência, a sua mãe faleceu no mesmo ano. Camus não era para ter feito a viagem de carro para Paris, mas sim de trem, e tinha até já comprado a passagem com seu amigo poeta, René Char, mas por insistência de uma família amiga sua, que ira também para Paris no mesmo dia, acabou por ir de carro com eles. O condutor, Michel Galliardi, seu amigo e editor das suas obras também morreu nesse acidente. René Char que foi também convidado, recusou para não lotar o automóvel. O relógio do painel do carro, que foi de encontro a uma árvore, parou no instante do acidente, indicando assim a hora da morte de Albert Camus: 13h55. Albert Camus encontra-se enterrado no Cemitério Lourmarin em Vaucluse, na França.

Site de referência:

http://filosofocamus.sites.uol.com.br


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